O processo do trabalho é “simples assim”, pensado para ser acessível, rápido e, sobretudo, efetivo. Ao longo dos anos, tem sido alterado, tornando-se cada vez mais burocratizado, menos eficaz. Compreender seus fundamentos, estudar suas regras e sobretudo respeitar sua identidade é fundamental para que a Justiça do Trabalho, e o Direito do Trabalho, sigam fazendo algum sentido. A ideia deste livro é contribuir para uma teoria geral do processo do trabalho que permita o seu “uso transgressor”, em continuidade às reflexões já propostas em outro livro, Elementos para o Uso Transgressor do Direito do Trabalho (LTr, 2. Ed., 2020), onde explico a escolha dessa palavra que inquieta. Transgredir pode ser compreendido como desobedecer, não cumprir determinada regra. Também pode ser compreendido como ir além, atravessar. Trata-se, portanto, de uma transgressão que produz diferenças e cria novas possibilidades éticas para a compreensão e, especialmente, para a aplicação das regras processuais trabalhistas.