Tudo está aberto: a rua, o restaurante, a janela, a porta, o pensamento, mas o nosso personagem nota que todos à sua volta se fecham, individualmente, no mundo virtual, via celular. Ele quer viver a vida com o devido protagonismo, envolvimento e participação: brincar, rir, compartilhar os bons momentos em família, com seus afetivos e vibrantes avós queridos e com outros amigos. Quer sentir o vento, quer ver a beleza das borboletas, o fascínio de conviver com animais, dividir suas emoções. Quer, por um seu dizer tão bonito, resgatar o tempo bom de “Uma casa cheia de palavras que acham a gente em qualquer cômodo”. Com trocadilhos de ironia e metáforas, Neusa Sorrenti nos convida a dividir a pizza, a saborearmos integralmente os sabores dos ingredientes, a rirmos por estarmos juntos, deliciando-nos com a partilha. E deixando de lado, sempre que possível, os objetos que podem nos roubar a felicidade. Que eles, acomodados ao seu devido lugar, morram de inveja de nós, e não o contrário.