O Banho da Terra relata um momento crítico da vida da Terra, apresentando-a como sendo consciente de si mesma e dos seres, da vida que abriga em si. Ao notar que algo não vai bem consigo, ao sentir-se suja e pesada pelo lixo acumulado, a personagem entende que não está sendo bem cuidada. Começa a pensar no que pode fazer para resolver suas dificuldades.Desde que surge a primeira ideia, a Terra começa a se deparar com problemas. As questões diante das quais ela mesma se coloca demonstram o quanto ela é acolhedora e amorosa para com seus habitantes, em especial as crianças, às quais ela pensa em se dirigir, sabendo que o futuro pertence a elas. Embora não deixe de considerar questões pertinentes a todos, o que mais influencia a Terra a adotar uma postura de mãe amorosa, e ir postergando algumas atitudes drásticas, são as consequências que poderiam prejudicar o interesse, a despreocupação e a alegria das crianças e, extensivamente, toda a vida que se renova; toda a vida jovem. É também através dessa visão de cuidado maternal e amoroso que a narração pretende despertar, por parte das crianças, a consciência para o sentimento recíproco. E a personagem transmite a ideia de que as crianças poderão ir espalhando as mensagens que recebem. Os problemas e os conflitos expostos são apresentados em forma condicional: a ideia do banho representa um plano hipotético que não se quer executar porque traz embutida, uma sanção. Crianças podem compreender bem os dois fatos, associando-os à advertência dos pais: “- É a última vez que estou avisando!”. Além disso, a narrativa pretende estabelecer uma cumplicidade entre a Terra e as crianças, encarregando-as da resolução do problema e demonstrando confiança. Cabe às crianças participar da construção do futuro que herdarão.