"Tatachina", obra de Flávia D´Aves, acompanha a história de duas irmãs que se separam quando a mais velha foge de casa e acaba indo viver em uma tribo indígena no Sul do país durante o período da Ditadura Militar. Como em muitos romances, fala da constante aproximação e distanciamento entre as pessoas. Para a escritora Lucia Castello Branco, é a história de: "Uma menina, outra menina. Esta imagem que nos conduz a todo tempo na leitura deste livro de Flaviad’aves é também aquela que nos afasta da ilusão de uma fraternidade sem fraturas. Pois as meninas-irmãs deste livro desde muito cedo são separadas por uma outra imagem que as intercepta: “um rio raso de sangue atravessou nossa infância, colocando-a do outro lado da margem”. Escrita assim, a frase nos diz da infância, que fica do outro lado da margem, mas, no contexto em que se escreve, sabemos que o outro lado é justamente aquele onde habita a irmã, que tão cedo se tornou mulher."“Tatachina” é palavra de origem Guarani. Por meio dela, uma espécie de neblina, foi iniciada a comunicação com os deuses, sendo, portanto, o meio e a mensagem que conta várias histórias, inclusive a dessas duas irmãs.