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Travessia por
Autor: Fadul M.
Editora: Laranja Original
Colaboradores: Filipe Moreau
Avaliação:
R$ 30,00 á vista
Em até 4 de 7.50 s/juros
Quantidade:
Código: 9786586042573
Categoria: Poesia
Descrição Saiba mais informações
A poesia de Fadul M. é culta, experimental, investigativa. Não apenas incorpora a experiência de leitura como explora diversas de suas possibilidades criativas. Dialoga com poetas do passado, com a poesia contemporânea, com a poesia amazônica. A tradição aqui não é bem um monumento, mas uma “constelação”, isto é, um amplo conjunto de singularidades organizadas em traços imaginários, cujo centro é o vazio. As palavras de Walter Benjamin assombram o livro, desde sua epígrafe. Trata-se de pensar os fragmentos, identificando seus extremos, a fim de enfrentar a descontinuidade incontornável. Poeticamente, não deixa de ser também o desafio das imagens, o trabalho com padrões figurativos. Espectros, fantasmas, ruínas, por sua opacidade e sua indecidibilidade, colocam o descontínuo e o vazio não como pontos de absoluta cegueira, mas como assombros, como lugares de enigma, dispositivos cifrados. A exemplo das constelações (mesmo que sejam aquelas colhidas no chão, sobreviventes), a experiência do poeta tem seu segredo codificado por tempos e distâncias espantosamente imensuráveis. E à poesia cabe formular um tal espanto. A faca não chega a lhe conferir um esqueleto: atravessando o pórtico, ela desce decisivamente até o corpo do poeta, até o corpo da poesia. Faz o corpo sangrar, de um fio de sangue graças ao qual o afeto circula. Aqui, Cabral dialoga com Ana Cristina Cesar. Da abertura da faca, não se espera clarividência, mas a fresta pela qual o segredo se expõe, mesmo pintado com tintas escuras. Pois o que escorre é ainda o que se desloca, liga os pontos, realiza o percurso. O livro de Fadul M. se coloca sob o signo dessa travessia, e sua poesia de bom grado aceita o aventuroso. O leitor-poeta atravessa a constelação das subjetividades poéticas, povoadas por espectros-palavras. E, ao final, o percurso que a lâmina inaugurou volta a se fechar, como ferida. Sobre a cicatriz, lê-se o convite para que reapareça perfurada em outra pele, pela ponta da lâmina daquele que lê. Marcos Siscar
Páginas | 104 |
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Data de publicação | 14/12/2022 |
Formato | 20 x 13 x 0.5 |
Largura | 13 |
Comprimento | 20 |
Acabamento | Brochura |
Lombada | 0.5 |
Altura | 0.5 |
Tipo | pbook |
Número da edição | 1 |
Classificações BISAC | POE000000 |
Classificações THEMA | DC |
Idioma | por |
Peso | 0.148 |
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